EN388: conheça os principais pontos de atualização da norma!

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Muitas empresas têm atividades nas quais os colaboradores que as desempenham estão sujeitos aos riscos físicos e de acidentes, por isso, obrigatoriamente, devem aplicar medidas preventivas para a garantia da segurança de seu quadro de pessoal. É importante destacar a relevância em conhecer, com mais propriedade, as maneiras efetivas quanto à proteção contra esses riscos, principalmente no que diz respeito à proteção das mãos e, para isso, faz-se necessário ter profundos conhecimentos normativos acerca dos EPIs destinados para esse fim, como é o caso da norma EN388.

Própria para atividades nas quais as mãos ficam expostas aos riscos mecânicos, a EN388, por se tratar de uma norma europeia utilizada quase que mundialmente quando o assunto está relacionado a luvas de proteção para riscos mecânicos, foi atualizada para uma versão internacional: ISO 23388:2018.

Confira, a seguir, tudo que diz a EN388 e o que mudou após a sua atualização! Boa leitura!

O que é a norma ISO 23388:2018?

Elaborada na Europa, com participação de diversos países e tendo como base a norma EN388, ela determina parâmetros para avaliação das luvas de proteção das mãos contra riscos mecânicos, mais especificamente abrasivos, cortantes (coupe test), de rasgamento, perfurante, cortante (TDM test) e de impacto no dorso.

Representada por um pictograma (símbolo que representa algum conceito ou objeto) composto majoritariamente por 4 números e 1 ou 2 letras, essa norma qualifica as luvas de acordo com o seu desempenho obtido em testes específicos para cada risco mecânico.

Como ela funcionava antes das mudanças?

Antes das modificações, a norma EN388 atendia contra 4 riscos físicos das luvas de proteção mecânica: abrasivo, de cortes, de rasgo e de perfuro. Desse modo, ela atribuía parâmetros de avaliação para os testes referentes a esses 4 riscos, conforme a explicação abaixo:

  • teste de resistência à abrasão: avaliado em uma escala de 0 a 4, considera o número de ciclos necessários para que a luva sofra deterioração após passar por um processo de lixamento;
  • teste de resistência a corte: avaliado em uma escala de 0 a 5, analisa o índice de rotações para que o material da luva sofra um corte;
  • teste de resistência a rasgo: avaliado em uma escala de 0 a 4, mensura a força dada em Newtons para que a luva de proteção rasgue. Esse item não serve como comprovação de proteção ao usuário, mas é informativo sobre o quão resistente o material da luva é ao rasgo, de modo que, quanto maior a resistência ao rasgo, mais atenção deve se ter para que as luvas não enrosquem em partes móveis de equipamentos, pois, se assim for, dificilmente a luva se desprenderá das mãos do usuário;
  • teste de resistência à perfuração: avaliado em uma escala de 0 a 4, mensura a força em Newtons necessária para que uma luva sofra perfuração.

Vale esclarecer que, quanto maior o número obtido após um teste, mais satisfatório é o desempenho daquela luva para aquele respectivo risco, exceto o rasgo. Exemplificando, na especificação antiga, uma luva de proteção com os dizeres “EN388:2003 – 4532” indicava que:

  • obteve desempenho 4 no teste de abrasão;
  • obteve desempenho 5 no teste a corte;
  • obteve desempenho 3 no teste a rasgo;
  • obteve desempenho 2 no teste à perfuração.

O que ocasionou essas alterações?

Antigamente, a resistência de uma luva ao corte era identificada somente com um teste chamado de Coup Test (movimentação cíclica de uma lâmina sujeita à carga e em contato direto com a superfície da luva testada). Entretanto, esse teste passou a não ser considerado como completo e fidedigno, já que as lâminas eram reutilizáveis e, consequentemente, poderiam apresentar resultados distorcidos em casos de testes em materiais de alta performance.

O intuito da atualização é tornar mais específico o resultado obtido em relação ao desempenho das luvas ao corte, adequando-o a uma nova demanda de segurança, bem como à proteção contra impacto.

Como a EN388 funciona após as atualizações?

Com a atualização, foi incluído um novo teste de corte para avaliar o desempenho das luvas para esse risco — o ensaio ISO 13997. Com ele, é utilizado um equipamento conhecido por TDM 100, no qual a lâmina se desloca sobre a amostra uma única vez, mensurando, dessa forma, a carga necessária para que a luva seja cortada.

Portanto, a atualização adicionou mais um parâmetro de avaliação quanto à resistência das luvas ao corte, que é o corte TDM 100, sendo classificado pelas letras A, B, C, D, E e F.

Também foi adicionado o ensaio de impacto na nova EN388, entretanto, ele somente deve ser considerado quando a luva for designada para resistir a impactos no dorso. Nesse ensaio, as luvas podem receber apenas 3 avaliações: P (aprovada no ensaio); F (reprovada no ensaio) e X (ensaio não realizado).

Considerando essas atualizações, atualmente, o pictograma de uma luva de proteção ISO 23388:2018 – 4X32 CP deve ser interpretado da seguinte forma:

  • obteve desempenho 4 no teste de abrasão;
  • obteve desempenho X no teste a corte;
  • obteve desempenho 3 no teste a rasgo;
  • obteve desempenho 2 no teste à perfuração;
  • obteve desempenho C no teste TDM 100;
  • obteve aprovação no ensaio de impacto.

Verifique que, o teste de corte pelo método Coupe Test foi representado com uma letra “X”, pois, segundo a norma, não há correlação entre o Coupe Test e o TDM test e, quando uma luva comprovar cegamento da lâmina de teste do Coupe Test, o TDM test se torna obrigatório, devendo ser considerado como o real nível de performance para esse risco.

Isso significa que as luvas destinadas para a proteção das mãos contra riscos cortantes, ou que tenham grande resistência a cortes, apresentaram resultados de performance para corte identificados por letras e não por números. Por mais que a norma permita fazer a dupla marcação, utilizar esse artifício pode induzir o usuário a erro, pois uma luva que tem resultado 4 5 4 4 C não apresenta alta resistência a cortes; já uma luva que tem resultados 4 X 4 4 E é mais resistente que o exemplo anterior. 

Há perspectivas para novas alterações?

Sim. Após a mudança feita em 2016 na EN388, e devido à grande demanda mundial, a norma foi adotada pelo comitê da ISO, tornando-se a ISO 23388:2018.

Os testes são os mesmos, entretanto, as marcações serão diferentes, alterando, assim, a forma atual do pictograma da EN388:2016.

Por seguir os moldes da EN388 e ser elaborada por uma entidade reconhecida em vários países ao redor do mundo (ISO), a nova versão dessa norma referente à proteção das mãos contra os riscos mecânicos, sem dúvidas, será um grande progresso para a melhoria da segurança no trabalho.

Após entender o que foi alterado na norma EN388, bem como conferir a forma como ela é atualmente aplicada no mundo, fica claro que a norma em questão é extremamente confiável para atestar corretamente a qualidade de uma luva de proteção, fato esse que melhora as condições de trabalho para os colaboradores e ajuda a reduzir o número de acidentes de trabalho na indústria.

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